domingo, 10 de julho de 2011

Fábula

    Durante uma era glcial bem remota, quando parte do globo terrestre se achava coberto por densas camadas de gelo, muitos animais não resistiram ao frio intenso e morreram. Morreram indefesos por não se adaptarem às condições de clima hostil.

    Foi então que uma grande manada de porcos-espinho, numa tentativa de se proteger e sobreviver, começou a se unir, a juntar-se mais e mais. Bem próximos um do outro, cada qual podia sentir o calor do corpo do outro. E assim, bem unidos, bem juntos, agasalharam-se mutuamente. Assim aquecidos, conseguiram enfrentar por mais tempo aquele inverno terrível.

    Vida ingrata, porém... Os espinhos de cada um começaram a incomodar, a ferir os companheiros mais próximos, justamente aqueles que lhes forneciam calor, aquele calor vital, questão de vida ou morte.

Feridos, magoados, sofridos e decepcionados, começaram a afastar-se. Por não suportarem os espinhos dos seus semelhantes, eles se dispersaram.
Novo problema: afastados, separados, começaram a morrer congelados.
Os que sobreviveram ao frio, voltaram a se aproximar, pouco a pouco, com jeito e preocupações. Unidos novamente, mas cada qual conservando uma certa distância do outro. Distância mínima, mas suficiente para conviver sem ferir, para sobreviver sem magoar, sem causar danos recíprocos.

Assim agindo, eles resistiram à longa era gracial, apesar do frio e dos problemas conseguiram sobreviver.
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